Quem define o anjo da guarda (Orissa Alagbatori)? O babalawo ou o oriate?

Este é um tópico longo e controverso. Então eu aconselho você que se você não for ler até o final, não leia, guarde para depois. E se você for ler, sente-se e pegue uma garrafa de água. Em nenhum momento quero impor uma regra específica ou forçar nada a ninguém. Na verdade, vou deixar este post aberto para que você tire suas próprias conclusões. Não se deixe enganar por impressões e leia até o final.

Nas escrituras sagradas, ou seja, em nosso corpus IFA crioulo, há vários Ifa Eses (Patakies) que falam sobre por que deve ser Orunmila quem determina nosso Orissa Alagbatori (Anjo da Guarda).

Um desses patakies nos conta como Obbatala estava definindo Orissa Alagbatori e todos eles eram filhos dele. Os Orixás ficaram chateados porque também queriam ter filhos e Obbatala não queria dar-lhes filhos. Os orixás se reuniram para ir reclamar com Olofi. Todos foram até ele e apresentaram sua queixa. Ao que Olofi determinou que, como Orunmila não estava à frente de ninguém, não importaria quem fosse o Anjo da Guarda de ninguém, então Orunmila seria o responsável por determinar esse Orixá Alagbatori.

Da mesma forma, você pode encontrar Patakies semelhantes que se referem à mesma coisa.

Agora. Quem governa nossa cabeça? Bem, nossa cabeça é governada por Ori. Em Ori está nosso destino, nossa alma, como é chamada em outras culturas, nosso DNA, nossa informação genética. Quero dizer, tudo. Quando estamos no céu e queremos descer à terra para cumprir um destino, solicitamos uma audiência com Oloddumare, onde pedimos tudo o que queremos alcançar. Este nos dará alguns conselhos e nos enviará de volta à Terra. Orunmila e nosso Orixá Alagbatori são testemunhas naquela audiência.

Devido à divindade do infortúnio Elennini, ao passarmos pelo processo de descida à terra (ou ascensão, como seria melhor dizer), esquecemos tudo o que pedimos e combinamos. É por isso que na Nigéria eles realizam uma cerimônia chamada Esentaiye. O que significa Colocar os pés no chão. Onde Orunmila nos revela nosso destino e nosso Orissa Alagbatori.

No momento em que descemos, fomos designados para a formação do corpo carnal para Ori, onde, como já expliquei, todas essas informações estão.

Antigamente, a importância do Ori não era levada em consideração na Nigéria. Este complemento de Ori com nosso Orissa Alagbatori não importava. O que importava era a linhagem de onde você vinha. Se você pertenceu à linhagem de Sango, então você consagrou Sango. Se você nasceu na linhagem de Ossun, então você consagrou Ossun, e assim por diante com cada Orissa. Mesmo se você nasceu em uma das linhagens de IFA, você não consagrou Oosa, você consagrou IFA. (E agora eles mudaram e estão nos criticando.)

Em Cuba, o Ori é levado em conta pela primeira vez. Por que em Cuba? Quem criou esta invenção? Bem, isso não é uma invenção, é uma solução. Porque, como expliquei a você, na Nigéria isso dependia da linhagem. Mas em Cuba, a linhagem não importava na união dos escravos. E os espanhóis uniram as linhagens nos assentamentos.

E eles começaram a se casar entre linhagens, e surgiu a situação de um homem da linhagem de Oggun com uma mulher da linhagem de Yemanjá. Este casal teve filhos, e que santos fazemos da criança? Minha linhagem ou a sua? Então temos que contar com o Ori do pequeno para ver qual é o Orissa Alagbatori e poder consagrar a criança.

Neste ponto você pode perceber que se isso surgir em Cuba, o importante é ter Ori, seja nas mãos de um Oriate ou de um Babalawo. A menos que você preste atenção aos nossos escritos sagrados de Ifá, que são os que nos governam.

Mas se por acaso você for um Olorissa Anti Babalawo e não se importar com o que as escrituras dizem e com o que lhe foi ensinado, agora eu irei atrás de você.

No Oddun de Ifa Irete Kutan há a história de por que Erindilogun morre e seus filhos perdem o segredo da fala porque não sabiam falar, e Olofi determina que os Mellis de Ifa devem patrocinar o Oddun do dilogun para que eles possam falar.

Da mesma forma, vemos que o Dilogun só fala até o 12º, Eyila. A partir do dia 13 (Metanla), os Oddun do dilogun não têm nome. Eles são números, eles são contados, eles não são próprios. Por exemplo, 1 é oddun Okana e número Okan, 2 em Oddun Ejioko e número Melle, etc. Mas do dia 13 em diante é simplesmente Metanla, não há nome para o Oddun, mas um número.

De metanla em diante, o dilogun comanda o pé de IFA ou poucos Oriateses têm controle desses altos oddun, já que eles são apenas de IFA. Na verdade, nenhum mat ebbo falará além de 12 Eyila.

Todos os Orissas têm filhos, Mas nem todos falam por dilogun. Então imagine que um filho de Oddua ou Osun, etc. chega. para determinar que seu Orissa Alagbatori abrigue um Oriate. Se esses Orissas não falam através de dilogun, como podem dizer ao Oriate que ele é filho deles? Portanto, ele tentará falar através de um santo que fala através de dilogun e então será determinado que ele é filho de Obbatala ou outra pessoa, então haverá o primeiro erro de determinação.

Mas, diferentemente de Orunmila, ele pode falar por qualquer Orissa e qualquer Orissa pode falar através de IFA. Adicione a isso que Ifa fala os 16 Oddun ou Mellis com suas combinações ilimitadas. Então? Quem determina o Anjo da Guarda?

Inspirado nos escritos de Leonel Gamez oshe Niwo e Aguila de Ifa